22.8.12

Projeto Arte Naturalista com M. Namura

Nem posso dizer como tem sido enriquecedora a participação, como voluntário, no Projeto Arte Naturalista do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação - IPTI. Trata-se de um programa de ensino de arte, principalmente de técnicas de desenho livre, nanquim e aquarela, para jovens com predisposição artística no interior do estado de Sergipe. Atualmente ele atende cerca de 17 alunos de diversos povoados do sul sergipano, que de outra maneira jamais teriam esse tipo de proximidade com a arte e teriam a sua facilidade com o meio artístico desperdiçada no atual sistema de ensino que, somo já foi dito aqui, não prioriza o ensino de arte e muito menos a criatividade.

Confesso que comecei a participar em Junho, como monitor voluntário, muito mais com o intuito de ver de perto do que se tratava e perceber se eu poderia ajudar o desenvolvimento do trabalho do que qualquer outro motivo. Não sabia como essas aulas se dariam, que tipo de técnicas seriam priorizadas e qual seria o nível do alunos... então, fui me aproximando do projeto com uma posição de observador e de maneira muito despretensiosa.

Mas, poder conhecer meninos de realidades tão distintas e perceber que todos eles se comunicam de forma fluida através da arte foi uma percepção muito bonita. Principalmente quando se leva em consideração o cenário que eles estão inseridos, com tão pouco acesso à informação e praticamente nenhuma valorização à prática da arte e do desenho. Outro ponto interessantíssimo foi conhecer o professor Marco Namura, um aquarelista paulista de mão cheia que vem todos os meses ministrar aulas aos meninos.

O Arte Naturalista já seria digno de nota apenas pela iniciativa de incentivo à prática artística em comunidades onde isso inexiste, mas não apenas isso, o faz com ótima qualidade. Não falo apenas do professor, mas do material de primeira também. De outra forma, os alunos jamais teriam acesso a esse tipo de oportunidade que não é encontrada nem mesmo em centros como Aracaju.

Apesar de tudo isso, o mais legal de tudo até agora foi conseguir perceber que o maior desafio aqui não é de fato ensinar técnicas consagradas, como a aquarela, até que os estudantes apreendam com naturalidade. Mas sim valorizar a arte a sua prática em pessoas que provavelmente nunca a perceberam de fato e que, provavelmente, nunca a perceberiam.
Experiência enriquecedora, é. E próximo final de semana tem mais.

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