17.10.11

O que tem me inspirado...

Nos últimos três ou quatro meses, tenho passado por um tempo de baixa inspiração. Treino minha criatividade muito pouco e não lembro qual foi a última vez que parei um tempo para desenhar de forma livre e sem pretensão no skecthbookUm reflexo natural de um humor nada sadio e uma rotina frenética, pouco produtiva e menos sadia ainda.
Deve ser o que chamam de writer's block. Não sei se existe alguma fórmula, mas para se recuperar desse tipo de bloqueio e sair dessa fase, eu acho que o mais legal é se encontrar consigo mesmo, mergulhar em coisas que você gosta para sair apaixonado e com as referências renovadas.
Nesse tempo, fui fazendo isso aos poucos e o resultado vai aparecendo lentamente também. Li alguns livros que me inspiraram muito. Livros principalmente, pois dos muitos filmes que vi esse ano, poucos tiveram um impacto positivo e duradouro para mim. Assim, achei legal compartilhar o nome deles por aqui também.

O primeiro que me impressionou tanto foi "Asterios Polyp", de David Mazzucchelli. É uma história em quadrinhos de ficção que fala sobre a vida do arquiteto que nomeia o livro. Já sabia que era um obra muito aclamada pela crítica e pelo público, apesar de ter sido publicada recentemente, em 2009. De qualquer forma, comecei a ler o livro com as expectativas bastante altas, e fiquei feliz pq não fui decepcionado em nenhum momento. É uma HQ daquelas que faz você parar de ler, repensar você mesmo por vários segundos e depois retomar a leitura retornando para reler algumas páginas. As ilustrações, o projeto gráfico a narrativa... tudo faz muito sentido. Recomendo para qualquer pessoa. Mesmo.
Já o segundo que li foi "Ask The Dust", de John Fante. Um dos "livros-que-sempre-quis-ler-mas-por-algum-motivo-nunca-li". E como me arrependi de não ter lido antes. Comigo, Ask The Dust foi assim: deitar na cama para ler só um capítulo durante a tarde e só parar de ler na manhã seguinte, de pijamas, depois de terminar a leitura. Não consigo escrever ainda o quanto esse livro foi importante pra mim e o quanto ainda está sendo. Fazia muito tempo que nenhum texto me mantinha dessa forma e sentir isso tudo de novo foi muito bom.
O terceiro foi "Just Kids", de Patti Smith. Muito já foi dito sobre esse que, ao que parece, agora vai virar filme também. E  que bom, porque pra mim é um história linda, muitíssimo bem escrita, sobre amor. Querer bem, pura e simplesmente. Esse tipo de coisa, compartilhada em um livro dessa forma, acaba tendo um efeito bom. No meu caso se mostrou uma ótima fonte de inspiração. Obrigado, Patti.
Por último, o livro que estou lendo no momento, depois de uma pausa para leituras sobre design estratégico: "Naked Lunch", de Willian Burroughs. Ele sempre foi um figura que me intrigou muito. Que conheci primeiro através do meu interesse pelo movimento punk, e em seguida, pelo meu interesse no movimento beat. Começar a lê-lo por Naked Lunch seria a escolha mais óbvia, então foi justamente o que eu fiz. E que prazeroso está sendo ler algo tão incrivelmente diferente, atual e que dialoga comigo de um jeito mais fácil do que o esperado. Quando paro para ler o livro, eu me sinto estranhamente calmo e feliz ao invés de incomodado. Talvez justamente por não me incomodar eu me sinta bem. Não sei... talvez descubra quando terminar a leitura, em breve.

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