No último fim de semana, participei do I Circuito de Marketing e Comunicação de Sergipe, que aconteceu nos dias 7 e 8 de Outubro no Centro de Convenções de Aracaju.
Sabendo bem que o foco do evento era a publicidade e que apenas uma das palestras era relacionada a design, aproveitei para ir ao evento e conhecer o lado da comunicação social, seja publicitária ou jornalística. Isso porque acredito em uma comunicação muito mais integrada. Não há sentido em colocar publicitários de um lado e designers de outro, já que o objetivo da comunicação é o mesmo, seja ela visual ou social. Portanto, não consigo entender porque, algumas vezes elas se colocam tão separadas. Assim, vi no evento uma oportunidade de enriquecer meus conhecimentos relacionados e ver o que estava sendo feito em termos de comunicação no estado onde eu moro.
Infelizmente, tenho que dizer que o circuito de palestras não atendeu as minhas expectativas e saí de lá com pouco material enriquecedor. A maioria das palestras se resumiam em abordar estudos de caso de sucesso e mostrar o quanto eles foram eficazes em termos publicitários, muitas vezes sem ao menos contextualizá-los. Poucas ideias e defesa de valores foram abordados. No entanto creio que isso é algo comum em palestras de publicidade e design também. Prefere-se mostrar casos (muitas vezes, trabalhos do próprio palestrante) que discutir o que de fato se pretendia com aquilo, em qual contexto está inserido e que ideias eles transmitem no modo como o trabalho dentro da área é desenvolvido.
Creio que essa é a diferença das palestras que são feitas nos eventos do TED. Lá eles discutem ideias e conceitos que podem ser reaplicáveis, inseridos em diferentes situações, modificados... diferentemente de estudos de caso de sucesso, puramente. Os casos devem sustentar uma ideia e não apenas serem expostos.
Exatamente por isso creio que o Circuito de Marketing trouxe palestras pouco inovadoras. Não vi todas elas, pois elas aconteciam simultaneamente, mas fiquei desapontado com as que vi: palestras sem conteúdo algum, com único objetivo de vender seus próprios projetos, como a de Laert Yamazaki; ideias interessantíssimas sendo discutidas, mas com pouca elaboração, aprofundamento ou exemplificação prática, como o conceito de feedfoward mostrado por Esmeralda Moura; houve ainda defesa de ideias para serem aplicadas na publicidade, como foi feito por Gabriel Sotero com a palestra "Por Mais Mentira na Publicidade", que infelizmente defendeu sua ideia de forma pífia, se contradizendo diversas vezes e ainda cometendo uma gafe incorrigível: elogiando o mais novo "mártir" do humor babaca brasileiro, Rafinha Bastos.
Ainda assim, houveram palestras boas. Como a de Rodrigo Silveira Cogo, que apresentou vários casos de comunicação colaborativa mostrando o poder que as novas tecnologias de informação deram a comunicação de forma geral. Algo que todos ali já sabiam e com muitos exemplos já conhecidos por muitos, no entanto ainda assim válido, pois lembra a todos que a comunicação evoluiu e muito mais pode ser feito hoje em termos de colaboração e interação.
Outra palestra que achei bastante boa foi a de Nívea Lima, que mostrou seu trabalho em Marketing Governamental para o governo de Sergipe. Um lado da publicidade que é importante e que eu, particularmente, não conhecia muito bem.
O evento foi até grande, para sua primeira edição, com dois dias recheados de palestras, incluindo palestrantes de fora do nordeste. No entanto, creio que o conteúdo apresentado não contribuiu, de fato, para a inovação nem me apresentou conteúdo novo a ser pensado. De qualquer forma, espero que o evento modifique o que não funcionou bem e que continue a acontecer nos próximos anos.
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