Como já disse algumas vezes aqui no blog, eu faço parte do projeto Arte com Ciência como designer gráfico encarregado. O projeto trata-se de uma iniciativa multidisciplinar que visa a aplicação de uma metodologia cujo o objetivo é alterar percepções na educação agregando arte, ecologia, experimentação e tecnologia, aprimorando a experiência e ampliando horizontes tanto para professores como para os alunos.
O projeto, em execução em três municípios do interior de Sergipe (Estância, Santa Luzia do Itanhy e Indiaroba), foi idealizado pelo Instituto de Pesquisa em Tecnologia e Educação - IPTI - e é aplicado tanto pelo próprio instituto como pela Universidade Federal de Sergipe, reunindo pesquisadores de áreas como comunicação, matemática, física, geologia, biologia, entre outras.
No dia 14 de Abril, foi realizado mais um evento do projeto, dessa vez no Colégio Estadual Gumercindo Bessa, lá em Estância/SE. Foi o III Workshop Transdisciplinar, onde os professores dos colégios participantes do Arte com Ciência tiveram a oportunidade de participar de oficinas variadas e multiciplinares, com o objetivo de procurar novas formas de aplicação de conhecimento, afim de somar isso em suas aulas diárias.
Nessa etapa, fui o responsável por ministrar a oficina de Arte e Design e pude dividir experiências e conhecimento com sete professoras bastante interessadas e com um bom conhecimento das dificuldades encontradas em sala de aula. O objetivo, claro, não foi ensinar ninguém a ser designer em 4 horas. No máximo a conversa gravitou em uma linguagem simples sobre o que, de fato, é design. Mas o objetivo aqui era outro. Era mostrar a verdadeira importância da valorização da arte no ensino. E apontar que tipos de defeitos o ensino atual, que não prioriza a arte em praticamente nenhuma instância, acaba gerando na percepção visual e estética de um indivíduo.
Achei relevante levantar esse tipo de questão junto com as professoras principalmente porque só depois que comecei a estudar arte e design de maneira formalizada, pude perceber o quanto o vocabulário visual das pessoas, de maneira geral, é fraco. Já tratei sobre esse assunto aqui mesmo no blog, inclusive. Culpo boa parte disso ao incentivo à arte que os alunos não recebem no cotidiano escolar.
A oficina foi muito válida pois tive a oportunidade de discutir isso com quem vivencia, de fato, a sala de aula em um colégio público. Trocamos ideias e concordamos em muitos aspectos, chegando numa conclusão comum. No fim, dei algumas sugestões simples de como a arte pode se adentrada aos poucos na vida dos estudantes e da escola em si. Um filme em uma aula extra, uma recomendação de música, um quadro em uma aula de história... medidas simples mesmo, nada extraordinárias, mas que na minha opinião fazem toda a diferença no final.
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