Não sei se isso acontece com todos os designers e envolvidos com arte, mas para mim estar com o tempo atribulado e cheio de coisas para fazer é mais estressante que o normal pelo fato de não poder parar um tempo para desenhar qualquer coisa.
É rascunhar no sketchbook mesmo. Recriei esse hábito, que havia perdido há uns dois anos, em 2010. E agora sempre que não consigo cultivá-lo, seja qual for o motivo, me perco um pouco mais. A mesma sensação que consigo ao escrever, eu consigo ao desenhar, sendo que o desenho significa um pouco mais para mim. É quase terapêutico: parar por uma hora ou duas e reorganizar as ideias... me ajuda de alguma forma. Estar impedido de fazer isso com a mesma frequência que fazia no ano passado, é quase desesperador.
Claro que sempre dá pra escapar. Levo o sketchbook para quase todos os lugares, e acaba surgindo alguma ideia interessante e a vontade de desenhar. Raramente tenho como parar o que estou fazendo para desenhar, mas às vezes tem como dar um jeito.
A qualidade do rabisco sai prejudicada, claro. Não é a mesma coisa que sentar na sua cadeira, com sua mesa iluminada, ouvindo o último álbum do Toro y Moi ou Bonobo. Mas não é a qualidade que interessa aqui. É a ação e não o resultado. Eu acredito que poder parar e transferir essas ideias para algum lugar é um bom exercício de organização mental: relaxa e permite que as ideias acabem surgindo com mais frequência.
Se você pode parar de ler esse texto e rabiscar alguma coisa agora, celebre. Se você não pode, pare e tente fazer mesmo assim. Geralmente vale o esforço.
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