31.3.11

Desligar-se

O problema pode ser tédio, pode ser desmotivação, pode ser falta de interesse. Pode ser qualquer outra coisa também, mas sempre há problema. No meu caso, são coisas demais. Filtrar o que você recebe, sejam informações, vontades, músicas ou filmes é difícil o suficiente para se tornar um problema. Principalmente quando aí estão envolvidas diversas obrigações... mas é assim que a vida funciona, certo? Ninguém disse que seria fácil.
Pra mim, o que falta mesmo é essa fórmula de como desligar-se. Se perder um pouco e não pensar. Deitar e esperar o nada. Olhar uma paisagem bonita até esquecer por que mesmo que ela era bonita a princípio. Chamo isso de ócio.
Chegar nesse ponto, de simplesmente parar, tomar um tempo para si mesmo e não pensar demais é difícil. Parece absurdo, mas não é. Depois que alguém se encontra num ritmo particular de vida, para sair dele, é necessário o mesmo esforço que foi feito para chegar até ali, ou mais. Aprender a desligar a cabeça por uns minutos por dia, por uma tarde inteira, por um dia inteiro pode exigir de você. Talvez não existam muitos que passem por esse tipo de situação, mas eles estão por aí, tenho certeza, em algum lugar.
Na falta de fórmulas prontas de como "fazer" ócio (e na minha inaptidão para meditação, é verdade) eu mesmo desenvolvi minhas próprias técnicas de como fazer nada. Algumas funcionam melhores que outras, outras perderam o efeito ao longo do tempo, e tantas outras surgiram também. São todas assim meio toscas ainda, mas se parar para pensar demais sobre isso, o propósito já está perdido, certo?
Não vou passar aqui nenhum desses meus pequenos rituais, que realizo cada vez mais raramente. Acho que cada um tem um gosto e uma particularidade, até mesmo no modo que se come, se anda, se dorme. O que funciona pra mim pode não funcionar para você. Só posso dizer que, no meu caso, desligar-se geralmente envolve downtempo, chillwave, grama, pouca droga, muitos travesseiros, chão gelado e teto.


off

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